sábado, 19 de março de 2011

Espelho, espelho meu


Não faz muito tempo, li uma entrevista do ator George Clooney em que ele afirma que “prefere fazer um exame retal ao vivo na TV do que ter uma página no Facebook”, Guardadas as devidas proporções - até mesmo porque eu não pertenço à categoria que precisa fazer um exame retal! -, em certa medida compartilho a opinião do galã americano, pois observo com espanto a dependência que algumas pessoas criaram em torno dos sites de relacionamento social.

Acho bárbara a maneira como as novas ferramentas comunicacionais romperam as fronteiras geográficas, sou usuária dos recursos tecnológicos e até me aventuro, humildemente, a manifestar as minhas ideias nesse blog. No entanto, acho que nada supera ver fotografias impressas no papel, olhar nos olhos e compartilhar a intimidade com aqueles que realmente merecem o nosso voto de confiança e, nesse sentido, surpreende-me o fato de como as pessoas se revelam nesses sites e, mais ainda, a necessidade de expor as coisas mais cotidianas, transformando-as em acontecimentos “importantíssimos”.

A pessoa acorda, posta uma foto dela e diz “hoje o dia vai ser puxado” ou então vai ao restaurante, bate uma fotografia comendo a iguaria do dia com o seguinte crédito “acabo de engordar mais dois quilos.” Tem ainda aquele grupo que é demitido ou toma um fora do seu par e coloca na net para todo mundo saber, fingindo não estar nem ligando ou não guardando a reserva que as situações pedem. Mas, o pior, de tudo isso é que os seus “amigos” dão mesmo a maior importância e de imediato adicionam comentários às pérolas lançadas minuto a minuto nos Facebooks, Orkuts e Twitters da vida.

É claro que toda a generalização é perigosa e não quero, de maneira nenhuma, incorrer neste erro, mas, acredito que, até mesmo pelo alcance e popularidade destas ferramentas, se for feita uma amostra, certamente a grande parte dos usuários dos sites de relacionamento os utilizam com esta finalidade. E é aí que me pergunto: já temos tantas coisas para nos distrair, será que é mesmo necessário abrir mão do nosso precioso tempo, desperdiçando com esse vai e vem de posts que só servem para alimentar a vaidade das pessoas? Sim, porque é fato que há uma valorização no número de seguidores que cada um possui, no número de comentários que suas postagens rendem, enfim, gasta-se uma energia grande com o virtual em detrimento ao real, ao verdadeiro, ao que realmente importa.

Parece-me um pouco com a madrasta da Branca de Neve que precisa a todo momento reafirmar-se diante do espelho, com uma necessidade de ouvir exatamente o que ela está programada para escutar. E, entre olhar para as inúmeras madrastas e seus indefectíveis espelhos mágicos e para o exame do George Clooney, fico com a segunda opção. Apesar de absurda, ainda assim ela deve ser mais interessante.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Ser ou não ser, eis a questão

A cena: sábado, cinco horas da tarde. Estávamos eu e uma amiga na porta da universidade, após uma aula chatíssima de pós graduação, que havia começado às sete da manhã. Ela me fazia companhia enquanto eu aguardava meu marido vir buscar-me, já que é inviável encontrar uma vaga próxima à faculdade, sobretudo quando se sai de casa atrasada, o que era o meu caso. Visto que ela ia casar daí a alguns meses, me perguntava como eu dava conta de estudar, trabalhar e cuidar da casa ao mesmo tempo, se é que tem explicação para isso.

Pois bem, durante a conversa sobre a tal fórmula mágica não nos demos conta de que uma mulher nos observava. Eu explicava que o fato de ter um marido parceiro, que divide as tarefas ajuda, embora, a carga em cima da mulher ainda seja bem maior, o que, no meu caso, custa boas sessões de terapia para falar do assunto. A minha amiga então me inquiriu: - E quem cozinha na sua casa? Falei que almoçávamos fora todos os dias, mas que quando recebemos alguém, é ele quem assume as panelas, já que na cozinha, só sei ferver água e no microondas! Em seguida, ela me perguntou: - E quem lava as roupas? A máquina, respondi de pronto. Finalmente ela me questionou: - E as roupas, quem passa? Ora, eu passo as minhas e ele as deles, falei.

Nesse momento a mulher que mencionei acima, com a propriedade de quem estava extremamente atenta ao que dizíamos, interrompeu e disse: - E afinal, vocês dormem juntos? Fiquei tão indignada, não só com a intromissão dela, ouvindo e palpitando no assunto alheio, mas, e sobretudo, com o fato de, em pleno século XXI, convivermos com mulheres que acreditam que o real valor feminino se resume aos afazeres domésticos. Ora, em qual cartilha está escrito que cuidar da casa e da família é responsabilidade apenas da mulher?

Estudamos, trabalhamos, vamos ao salão e à academia, educamos os filhos, dedicamos tempo aos nossos pais e demais familiares, damos conselhos para as amigas, sabemos de cor a data de aniversário de todos os parentes e colegas de trabalho (e compramos lembrancinhas para todos, o que é pior!) e ainda somos julgadas pelo fato de que, em alguns momentos da rotina doméstica, propomos a divisão das tarefas? E o pior de tudo é que, em muitos dos casos, são as próprias mulheres que nos julgam, a ponto de achar que somos menos mulheres por causa disso. Como se para ser mulher temos que passar o dia varrendo casa, lavando cuecas e engomando as camisas do marido.

Não tenho a menor pretensão de ser feminista e levantar bandeiras, até mesmo porque respeito muito as mulheres que cuidam da casa com esmero e abnegação, mas acredito que o real mérito das pessoas, independente do gênero, está na realização de cada um de nós e a minha, sinceramente, está no fato de constituir uma família e cuidar dela, mas, igualmente, construir uma carreira sólida, trabalhando com ética e responsabilidade.

Mas, voltando a cena inicial, respondi (furiosa, diga-se de passagem) a nova interlocutora da seguinte forma: - É claro que dormimos na mesma cama, até mesmo porque meu marido não casou-se com a empregada! Neste momento, para arrematar a “comédia da vida privada”, eis que surge o meu marido e diz que só estava me esperando para irmos encontrar dois casais de amigos em um restaurante muito bacana, pois, afinal, não era justo eu passar o dia estudando e ele ficar se divertindo. Lasquei-lhe um beijo e quase sugeri que ela aproveitasse o fato de estar na faculdade para ter umas aulinhas de modernidade com o meu marido.

sábado, 15 de janeiro de 2011

As compras (in)conscientes femininas


Que as mulheres adoram comprar todo mundo sabe, falar disso é chover no molhado. Mas essa compulsão ganha contornos ainda mais interessantes quando comparamos as compras realizadas por homens e mulheres. Enquanto os membros do sexo oposto gastam o seu dinheiro com relógios, carros e, quando possível, até com máquinas mais possantes como jatos e iates, reza a lenda que as mulheres adoram ver o seu dinheiro investido em bobagens, ou pequenos mimos, como uma amiga minha gosta de dizer.

Como uma fiel representante da classe, sou adepta das compras inúteis, principalmente em viagens. Sabe aquelas lembrancinhas que não servem para nada, além de arrancar dinheiro de turistas? Pois bem, minha mala volta abarrotada delas, não importa para onde eu vá, de Nova Iorque a uma cidadezinha escondida no interior de Minas, eu sempre dou um jeitinho de encontrar um imã, chaveiro ou marcador de livro para trazer na bagagem.

Em uma viagem recente, meu marido investiu bons euros em relógios, abotoaduras e calças de grife. Ao ver o tamanho da conta, fui questioná-lo dos valores e ele, de pronto, disse: “se somarmos todas as bobagens que você compra, o gasto é igual ou maior do que o meu. A diferença é que se tiver € 1.000 você compra mil coisas de um euro, enquanto eu compro coisas mais caras, mas que valem a pena.”

Ele tem razão. Não posso ver uma nécessaire, bloquinho, lencinhos e todos os “inhos” afins, que lanço a mão na carteira e arremato! Sempre arrumo um lugarzinho ou encontro uma utilidade, mesmo que seja dentro do armário ou que o objeto em questão não tenha nenhuma função prática ou decorativa. Mas esse meu hábito tem uma explicação genética. Minha avó materna era mestra em descobrir “achados” em suas idas ao centro da cidade e minha mãe é doutora na arte de comprar coisas sem a menor utilidade, mas que são lindas!

O ápice por tal compulsão aconteceu recentemente, ao lado da minha melhor amiga. Após três meses sabáticos, dentro de casa, curtindo a licença maternidade, eis que ela me liga e convida para juntas irmos a uma loja de artigos para festa. Convite aceito, lá fomos nós!

Ao nos depararmos com uma infinidade de potinhos, adesivos, chapéus e tiaras de cabelo, enlouquecemos! Enchemos o carrinho e compramos de tudo um pouco e, na hora de pagar, quase caímos dura com o tamanho do prejuízo. Detalhe: embora a loja seja de artigos para festa, nem eu, nem a Kell, tínhamos nenhum evento programado, seja como anfitriã ou convidada, compramos pelo puro e simples de prazer de comprar. Voltamos para casa preocupadas com a conta do cartão de crédito, com os torras dos maridos, mas felizes da vida, com as nossas utilíssimas (e fofas!) aquisições.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Agulha de vitrola

Certa vez, enquanto aguardava uma conexão no aeroporto, caiu em minhas mãos uma daquelas revistas promocionais de Free Shop. Já estava cansada de ver tantas ofertas, quando deparei com uma frase de José Saramago que me encantou. Ela diz o seguinte: “É pela palavra que nos fazemos, que nos criamos, que nos salvamos. Não temos outra coisa. Somos as palavras que utilizamos. A nossa vida é isso.”

Fiquei fascinada com ela não só por ser uma colecionadora de frases (é verdade, tenho um caderninho lindo que ganhei do meu marido no qual anoto frases e pensamentos valiosos que vejo registrado por aí), tampouco pela sensibilidade do autor, mas, sobretudo, porque a frase caiu como uma luva para mim, já que EU ADORO FALAR!!

Dizem que falar demais é mal de família, e a minha herança genética, está aí para confirmar. Minha avó materna era uma verdadeira maritaca e minha mãe, quando embala na conversa, também não fica atrás. Meu pai costuma brincar que eu fui vacinada com agulha de vitrola, pois desde pequena eu falo incansavelmente, mas o fato de falar pelos cotovelos já me rendeu boas saias justas e neste ponto não estou só, pois as mulheres, de um modo geral, falam meio “desembestadamente” e quando se dão conta já disseram além da conta.

Tenho uma amiga que costuma dizer “Ups, falei!” todas as vezes que a língua fica maior do que a boca e ela solta um comentário desnecessário, fruto da ânsia de falar demais. Aliás, atire a primeira pedra quem nunca se viu na situação de parabenizar uma conhecida pela gravidez quando na verdade ela só está uns quilinhos acima do peso? E as vezes em que soltamos pérolas do tipo “o que você fez no seu cabelo?”, quando na verdade a interlocutora está desesperada com o estrago feito pelo cabeleireiro, a ponto de sair de casa com um saco na cabeça. Se peso e cabelo são os campeões de audiência nos “foras” entre mulheres, não posso deixar de falar na preferida dos homens, que é a nossa mania de discutir a relação, na maioria das vezes levando a um “lero-lero” que não leva a lugar nenhum...

Nem na hora de ir ao banheiro as mulheres param de falar. Quando não vão em dupla, arrumam uma “prosinha” enquanto fazem xixi, coisa inimaginável para o sexo oposto, ou você acha que enquanto está lá, concentradão, tentando acertar o buraco do mictório, os homens falam da celulite do fulano ou do sapato do beltrano?

É por essas e outras que, com todo o respeito, faço uma adaptação na frase do grande escritor José Saramago. No caso das mulheres, pela palavra nos fazemos, nos criamos, mas não nos salvamos, pelo contrário, costumamos, por meio dela, entrar numa fria!!!

domingo, 22 de agosto de 2010

Merci, Paris

Adoro viajar! Sou daquelas que acreditam que o dinheiro despendido em uma viagem não é gasto e sim investimento, dada a quantidade de histórias, cultura e conhecimentos trazidos na bagagem.

Diante de tal filosofia, tive o privilégio de, ao longo da vida, conhecer lugares e pessoas fabulosos, desbravando grande parte de Brasil e alguns países mundo afora. No entanto, faltava Paris. E ir à Paris mostrou-me
que, mais do que a surpresa e a emoção causada pela grandiosidade da capital francesa, o que faz de Paris uma experiência singular não é o antes nem o durante e sim o depois da viagem.

Explico porquê: dizer “Estive em Paris” é como um bálsamo, algo que se aplica às mais diversas situações e que serve como um tônico para levantar o astral de qualquer um. Acho até que essa expressão deveria ser engarrafada e vendida em farmácia, pois a sua eficácia supera qualquer antidepressivo e o melhor, sem contra-indicação e efeitos colaterais!

Dia desses, fui ao supermercado, tarefa, em minha opinião, chatíssima! Para completar, na hora de embalar as compras fiquei sabendo que o supermercado não disponibilizava mais sacolas e que eu teria que levar a compra (do mês, diga-se de passagem), em caixas de papelão.

Acho louvável a preocupação ambiental e acredito que todas as ações nesse sentido merecem o nosso aplauso e apoio, entretanto, não dar outra alternativa, como por exemplo, cobrar pelas sacolas plásticas é um desrespeito ao consumidor

Assim, eu que já não estava com o melhor humor por estar fazendo um programa que não gosto, enfureci de vez. Já estava prestes a esbravejar quando lembrei que em Paris paguei por sacolas em um supermercado. Mencionei então que “quando estive em Paris...” e relatei o fato. Pronto! Quase que por milagre o tempo abriu, a nuvem cinza se foi e a raiva desapareceu como num passe de mágica.

Aconteceu novamente dias depois em um restaurante. Fui pedir um crepe e tentando montar o prato de acordo com o meu gosto -, sem conseguir o menor entendimento do garçom, fato que estava me deixando impaciente -, fiz uso mais uma vez da expressão “quando estive em Paris...” e sugeri os mesmos ingredientes do fabuloso crepe que comi lá. Na mesma hora não só me acalmei, como também o garçom compreendeu do que se tratava e eu pude comer um crepe delicioso, fechando os olhos e tentando reviver essa experiência única chamada Paris!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Falem mal, e falem de todos...

Antes de começar, preciso esclarecer algo fundamental. Nem tudo o que escrevo aqui expressa a minha experiência pessoal. Para ser mais clara, quando eu falar mal de marido, mãe, sogra, amigas invejosas e afins, não estou necessariamente dizendo das pessoas com as quais compartilho a minha intimidade ou convivo. Digo isso porque senão fica tudo muito sem graça, e assim perco a oportunidade de praticar o esporte que as mulheres mais fazem e fazem bem: falar dos outros!

Começa assim “eu não tenho nada a ver com a vida da fulana, mas é que...” ou “não estou querendo falar mal mas...” e na tentativa de burlar o próprio comentário maldoso, tem aquelas que usam de uma expressão muito comum no interior de Minas que é assim “como diz o outro...”. Que outro, meu Deus, não tem outro nenhum, somos nós mesmas que estamos falando, o pobre do outro acaba pagando um pato sem sequer ter aberto a boca!

E dessa forma, como uma doença contagiosa mais poderosa do que o vírus da gripe H1N1 no inverno passado, a fofoca se espalha e a conversa que começou “inocentemente” ganha ares de dissertação de doutorado, tamanho o número de elementos narrados sobre a vida alheia, com um agravante: uma fofoca bem feita tem o poder de acabar com relacionamentos, trazer problemas no trabalho ou, na melhor das hipóteses, causar uma bela saia justa.

Para confirmar a minha tese, recentemente li um estudo do renomado instituto de pesquisas OnePoll do Reino Unido, que afirma que os homens passam 76 minutos diários conversando sobre amenidades com amigos e colegas de trabalho e que as mulheres passam apenas 52 minutos. Embora os dados apontem que os homens falam mais da vida alheia (o que eu particularmente duvido), o estudo revela ainda que os assuntos favoritos do sexo oposto são as aventuras de amigos bêbados e comentários a respeito da funcionária mais bonita do escritório. Já nós mulheres, preferimos passar o tempo falando mal de outras mulheres, especulando a vida sexual dos conhecidos e comentando sobre o peso das amigas. Ou seja, podemos até falar menos mas não precisamos de muito tempo, pois quando abrimos a boca o efeito é devastador!

domingo, 8 de agosto de 2010

Férias, que férias?

Meu primeiro dia de férias. Um momento tão esperado como o dia em que a menstruação desce, quando ainda não se tem planos de perpetuar a espécie. Um verdadeiro alívio! Finalmente vou poder dormir até tarde, descansar, assistir sessão da tarde, bater perna sem compromisso, enfim, um tempo para não se fazer nada ou fazer o que der na cabeça sem a menor culpa. Será?

Meu primeiro dia de férias. Acordo no horário de costume, pois o tal do relógio biológico ainda não entendeu que eu posso dormir até as 11 horas da manhã e lá pelas 8 já estou desperta e o pior, ligada! Como já acordei mesmo, decido levantar e ir à ginástica e me convenço de que, já que tenho tempo de sobra, o melhor é aproveitar e fazer dois circuitos de musculação, garantindo assim umas férias saudáveis e em forma. Lá vou eu...

Da academia, vou direto para a lavanderia. Lembro que o edredom precisa ser lavado e como estou “à toa” posso colocar um para lavar e pegar no maleiro o outro, apesar do trabalhão, pois o maleiro vive lotado. Mais uma constatação: preciso arrumar o armário e nada melhor do que as férias para fazer uma faxina geral. Assim como aconteceu com a ginástica, tento me convencer, repetindo o mantra de que este tipo de ação provoca mudanças internas, quando nos livramos de coisas velhas e limpamos as gavetas estamos nos organizando também. Nesse ritmo já chega a hora do almoço. Como não me preparei para sair, tampouco combinei com as amigas uma saidinha para conversar fiado, acabo esquentando no micro-ondas comida congelada e almoço (correndo) com os meus cachorrinhos.

Por sinal, percebo que eles estão imundos e resolvo ligar para o Pet Shop e agendar um horário para banho e tosa. Só consigo as três da tarde e penso: até lá dá para dar uma voltinha, mas aí me recordo que havia combinado de ir ao médico com a minha mãe, que, aliás, é daqui à uma hora. Saio pela casa igual uma louca, vou com a roupa de ginástica mesmo, pois senão corro o risco de chegar atrasada, já que o trânsito na sexta-feira é um verdadeiro inferno! Chegando ao médico, para variar, ele atrasa (eles podem). Ficamos esperando e eu não paro de olhar o relógio, pois daqui a pouco vai dar o horário de levar os cachorrinhos para o banho. Acaba a consulta, mal converso com a minha mãe e saio novamente desembestada de volta para casa para levar a duplinha para o Pet Shop.

Como a veterinária diz que vai demorar (já que são dois e eles estão sujíssimos!) decido ficar por ali mesmo, pois se for para casa já vi que não vou descansar. Recordo-me que tenho que ir ao sapateiro buscar um sapato, levar um quadro para colocar moldura e também comprar um presente. Faço tudo isso e nada dos cachorrinhos serem liberados.

Então, tenho uma grande ideia! Como estou exausta e preciso descansar após essa maratona, decido ir ao salão e fazer uma depilação completa. Pelo menos lá consigo deitar um pouquinho e nada melhor do que cera quente para fechar com chave de ouro esse primeiro dia de férias. Será que a minha chefe não está precisando de mim não?